Olá Vitaminado!

A Organização Mundial da Saúde (OMS) soltou uma nota recentemente em que não recomenda o uso de adoçantes artificiais no controle de peso, redução de gordura corporal e até mesmo para diminuir o risco de doenças associadas ao excesso de açúcar, como diabetes. Mas afinal, qual a verdade por trás do uso de adoçantes artificiais?

Melhor que açúcar refinado

Uma nota como essa como causar medo na população em relação ao uso de adoçantes. Isso é algo preocupante, já que incentiva o consumo de açúcar refinado.

Alimentos cheios de açúcar e gordura, como sorvetes, bolachas e doces em geral são cheios de calorias e pobres em nutrientes.

A pessoa come cada vez mais, mas fica desnutrida. O ganho de peso é inevitável, associado ao aumento de risco para problemas de saúde como diabetes, hipertensão e doenças cardíacas.

É aí que entram os adoçantes. Eles oferecem o sabor doce sem adicionar calorias a dieta. Mas será que seu uso é seguro?

Adoçante não é tudo igual

Os adoçantes são classificados em dois tipos: nutritivos e não nutritivos. 

Os nutritivos têm calorias e podem ser naturais, como o mel ou agave, ou artificiais como a frutose ou o xarope de milho com alto teor de frutose,  e ainda os álcoois de açúcar, como xilitol e eritritol, com poucas calorias e baixo teor de carboidratos.

Os não nutritivos não têm calorias nem carboidratos e incluem adoçantes naturais, como a estévia, ou artificiais como a  sucralose, acessulfame k  e o  aspartame.

Adoçantes nutritivos

Mel

Quando se pensa em algo natural para adoçar, a primeira coisa que vem a cabeça é o mel. É bem conhecido por seus benefícios a saúde, incluindo suas propriedades antioxidantes, antibacterianas, antivirais, além de promover a cicatrização de feridas.

Contém pequenas quantidades de vitaminas, minerais e enzimas. Muitos estudos mostram que o mel pode melhorar a digestão, aumentar a energia e favorecer a saúde do cérebro.

Apesar de todos os seus benefícios, deve ser usado com moderação. Uma colher de chá de mel oferece 6 gramas de açúcar e 20 calorias.

Como seu poder de adoçar é menor que do açúcar, as pessoas acabam usando em maior quantidade e aumentam demais a quantidade de açúcar e calorias da preparação, o que não é uma vantagem para quem deseja perder peso. Vale lembrar que mel não é recomendado para crianças com menos de 2 anos.

Agave

O néctar de agave, extraído da planta acima,  oferece 5 gramas de açúcar e 20 calorias por colher de chá. Por ter baixo índice glicêmico, não causa pico de açúcar no sangue. No entanto, deve ser consumido em pequenas quantidades porque tem mais calorias que o açúcar refinado.

Frutose

É o açúcar da fruta. Uma colher de chá oferece 4 gramas de açúcar. A frutose é metabolizada no fígado, é duas vezes mais doce que o açúcar e pode ser usada em receitas.

Deve ser consumida com moderação, pois em excesso pode aumentar os níveis de açúcar no sangue e colesterol.

Xarope de milho com alto teor de frutose

Se você ler esse nome no rótulo de algum produto, fuja! É facilmente encontrado em alimentos processados e adiciona altas quantidades (desnecessárias) de açúcar a dieta, aumentando o risco de diabetes tipo 2. Além disso, tem sido associado a doença hepática não alcóolica e aumenta a inflamação do corpo.

Álcoois de açúcar – xilitol e eritritol

São frequentemente adicionados a outros tipos de adoçante. Contém cerca de 8 calorias por colher de chá, e 2 a 4 gramas de carboidratos.

• Eritritol: é um álcool de açúcar natural fermentado e cristalizado, cerca de 60% tão doce quanto o açúcar.
• Xilitol: tem uma doçura semelhante ao açúcar comum, mas contém 40% menos calorias.

Os álcoois de açúcar podem ser usados com moderação por pessoas com diabetes, pois não causam pico de açúcar no sangue. Alguns benefícios a saúde são associados ao uso desses adoçantes. O xilitol, por exemplo, pode ajudar a prevenir cáries e bactérias dentárias.

Porém, pessoas com problemas intestinais devem evitar esse tipo adoçante que podem causar gases e diarreia por fermentar no intestino.

Não nutritivos

Naturais

Estévia

A estévia, extraída da planta acima, é 200 vezes mais doce que o açúcar e onde ser usada em uma série de preparações, como em bebidas, na panificação e culinária. Embora seja um adoçante zero calorias e carboidratos, é frequentemente combinada com eritritol ou outros adoçantes, pois deixa um sabor residual forte que incomoda muitos paladares.

Monk Fruit

Esse adoçante natural é extraído da fruta do monge (foto acima) e é de 200 a 300 vezes mais doce que o açúcar. Assim como a estévia, é natural e livre de calorias e carboidratos. A sua única desvantagem é o valor: caríssimo!

Artificiais

• Sucralose: um dos adoçantes mais conhecidos, a sucralose é 600 vezes mais doce que o açúcar e pode ser usada na culinária.
• Aspartame: não deve ser usado no preparo de receitas. Tem forte sabor residual, o famoso “gosto de adoçante” que incomoda muitos paladares.
• Acessulfame k: 200 vezes mais doce que o açúcar, pode ser usado na cozinha. É bem artificial e seu uso excessivo está relacionado ao desenvolvimento de algumas doenças, entre elas o câncer.

Embora esses adoçantes sejam regulamentados como “aditivos alimentares reconhecidos como seguros”, algumas pesquisas encontraram possíveis problemas associados ao uso de adoçantes artificiais.

Adoçantes artificiais causam ganho de peso?

Alguns estudos científicos concluíram que, ao contrário da crença popular, os adoçantes podem ter um efeito negativo na perda de peso.

A explicação seria a seguinte: o açúcar é metabolizado muito rapidamente e o nosso organismo, ao receber o sabor doce e as calorias do açúcar, entende que dentro de 15 a 20 minutos terá um aumento de energia.

Mas ao consumir um produto adoçado artificialmente, você obtém o sabor doce e o corpo fica aguardando as calorias. Como não aparecem, o organismo pede por elas e você vai em busca de mais alimentos, numa espécie de compensação calórica.

Embora a teoria faça sentido, isso ainda não é comprovado e os estudos são inconclusivos.

Adoçantes artificiais prejudicam o intestino?

Essa é outra questão que tem recebido atenção de muitos cientistas. Alguns estudos realizados recentemente mostraram que o uso de adoçantes artificiais poderia prejudicar a microbiota intestinal, ou seja, aumentaria a quantidade de bactérias ruins e diminuiria as boas no órgão, o que prejudicaria a saúde de forma geral.

O uso excessivo de açúcar refinado tem o mesmo efeito, portanto trocar um pelo outro não seria eficaz.

Embora essa teoria também faça sentido, os estudos são inconclusivos.

Adoçantes naturais são melhores que os artificiais?

A escolha de produtos mais naturais sempre são melhores para a saúde. Entre os adoçantes naturais mais populares, com zero calorias, está a estévia e o Monk Fruit.

A estévia, por exemplo, demonstrou reduzir a pressão arterial e favorecer a saúde de hipertensos. Vale a pena ressaltar que parece não ter tal efeito em pessoas com pressão arterial normal ou apenas moderadamente elevada.

Enquanto isso, o xilitol – um álcool comumente usado em gomas de mascar sem açúcar – parece ter alguns benefícios para a saúde dos dentes, reduzindo o risco de bactérias orais e cáries.

Adoçantes causam câncer?

A causa do câncer ainda é desconhecida. São tantas teorias, que fica difícil saber “de onde vem o tiro”.

Com o estilo de vida que a maioria das pessoas têm, seria injusto culpar os adoçantes por isso. A quantidade de alimentos industrializados, ricos em gorduras trans que muitos consomem (essas sim, comprovadamente prejudiciais), o sedentarismo, tabagismo, a quantidade de agrotóxicos que ingerimos, os metais pesados a que somos expostos todos os dias… Tudo isso pode ser a causa do câncer. Pode ser o desodorante, o microondas ou talvez a mistura de tudo.

Mas dizer que adoçante causa câncer é uma teoria que ainda está longe de ser comprovada.

Devo parar de consumir adoçantes?

Mesmo com todas as controvérsias que permeiam o assunto, há pessoas que podem se beneficiar da substituição do açúcar por um adoçante, seja ele natural ou artificial.

Diabéticos e pessoas que precisam reduzir calorias da dieta devem apostar nessa troca, porém com uma ressalva: o que torna algo bom ou ruim para você é a quantidade utilizada. Todo e qualquer tipo de excesso é prejudicial a saúde. Por isso, em um período de transição com a retirada do açúcar, a utilização de adoçante é válida.

Dito tudo isso, o melhor a fazer é não adicionar açúcares ou adoçantes, principalmente em bebidas, sempre que possível.

Em vez de decidir se devemos ou não usar açúcares ou adoçantes em nossas dietas, o que devemos fazer é nos acostumar com o sabor natural dos alimentos e reduzir a quantidade de industrializados na rotina.

Uma alimentação mais natural, com menos pacotes…. Essa é a receita para uma boa saúde.

E você? Me conta nos comentários o que acha dessa polêmica!

Com amor e saúde,

Giovana Morbi