Olá pessoal!

Tudo bem com vocês?

Na semana retrasada fiz uma matéria falando sobre hábitos alimentares. É realmente difícil mudar hábitos de uma hora para outra… Qualquer mudança que você resolva fazer em sua vida exige esforço, exige que você saia de sua zona de conforto e demanda um certo tempo.

Quando se trata de alimentação, temos hábitos fortes, muitas vezes enraizados desde a infância. Alguns podem ser bons, outros nem tanto… Porém, nunca é tarde para muda-los! Só não espere que isso aconteça de uma hora para outra.

Mudanças súbitas e radicais, na grande maioria das vezes, não são sustentáveis. Só geram desconforto, mais ansiedade e frustração; Seria realmente maravilhoso se um dia você acordasse amando legumes, verduras, alimentos integrais e esquecesse de seus desejos por doces e guloseimas, mas  a verdade é que qualquer mudança é um processo e para que ele se inicie, você precisa estar com a mente e o coração abertos para receber o “novo” e todas as coisas boas que isso pode trazer a sua vida.

Hoje darei algumas dicas de como iniciar este processo. Se não se sentir preparado ou preparada, apenas leia e guarde essas informações com você; Mais cedo ou mais tarde “a ficha vai cair” e será algo natural.

O processo de mudança dos hábitos alimentares

Primeiro passo: faça um diário.

Muito do que comemos passa despercebido em nosso dia a dia. Já vi pessoas que se perdiam na quantidade de balas com açúcar, na tentativa de enganar a fome, e somavam mais de 400 calorias a mais no final do dia sem ao menos perceber. Manter um diário alimentar por alguns dias, em que você anote tudo que come e a hora do dia em que comeu, com certeza te ajudará a visualizar e ter uma noção mais ampla dos seus hábitos alimentares.

Por meio dele você também poderá descobrir situações que te levam aos “impulsos alimentares” como por exemplo, se você estava estressado (a) ou chateado (a) no dia em que comeu demais, o que te levará a pensar em como lidar com suas emoções de uma maneira diferente, sem depender da comida.

Segundo passo: reflita.

Faça o diário por, no mínimo, três dias. Não leia no mesmo dia. Guarde e leia dois dias depois. No momento da leitura, reflita o que te levou a fazer certas escolhas e identifique possíveis “erros” que comete. Entre os “erros” mais comuns estão:

Comer rápido demais – seu estômago demora uns 20 minutos para avisar o seu cérebro que você se alimentou. Se comer antes disso, não sentirá saciedade e sairá da mesa com fome, o que vai te prejudicar na próxima refeição. Além disso, comer devagar facilita muito sua digestão. Com uma digestão mais fácil, você colabora com o seu corpo e isso com certeza ajudará no controle e perda de peso.

Comer quando não está com fome – isso acontece com pelo menos 80% das pessoas. Fome é diferente de vontade de comer. Infelizmente nós perdemos o controle natural do corpo de fome e saciedade por ouvir tantas regras de nutrição que dão por aí. Não sabemos mais identificar os nossos sinais de fome e saciedade, por isso é importante refletir antes de comer algo que não há necessidade, o que chamamos de “comer consciente”. Isso é um exercício diário e que também ajudará bastante!

Comer em pé, vendo televisão ou olhando no celular – o que te leva a comer rápido e sem pensar.

Pular refeições – ficar em jejum por MUITO tempo pode prejudicar seu corpo e saúde. Uma coisa é não ter fome, outra é ficar horas e horas sem se alimentar porque o trabalho é prioridade. Ao respeitar seu corpo e sua saúde, até seu rendimento no trabalho vai melhorar. Por isso, priorize sua alimentação e terá bons resultados em outros setores de sua vida.

Terceiro passo: identifique.

Depois de refletir sobre suas escolhas e situações que te levem a comer de forma excessiva e sem controle, identifique os “gatilhos” que te levam a fazer isso. Por exemplo: você percebe que quando está estressado (a) com o trabalho ou com alguma situação, devora uma barra de chocolate inteira.

Os gatilhos mais comuns:

• Abrir a gaveta, armário e ter algo que AME, como o exemplo que dei acima da barra de chocolate;
• Ficar em casa “de bobeira” vendo televisão, o que desperta aquela vontade de beliscar;
• Situações estressantes no trabalho ou problemas familiares;
• Ao chegar em casa, cansado (a) e não ter nada saudável disponível;
• Sensação de tédio;
• Ansiedade por ver redes sociais e revistas que dizem que você precisa ficar cada vez mais magro ou magra;
• Dúvida em relação ao que comer, já que hoje somos rodeados de informações contraditórias. Temos que escolher o que comer várias vezes ao dia; Se a pessoa estiver confusa sobre isso, essas escolhas podem se tornar uma tortura e afetar diretamente a relação da pessoa com a comida.

Pessoal, esses exemplos são os mais comuns, porém esses “gatilhos” podem ter diversas origens, de acordo com a história e experiência de cada um.

Quarto passo: aprenda a lidar os seus gatilhos.

Depois de identificar a situação, pergunte-se o que você pode fazer em relação isso para melhorar. Primeiro: por que ter uma barra de chocolate por perto se você sabe que isso mexerá com você e poderá fazer com que perca o controle? Segundo: arranje uma maneira de eliminar o estresse, sem que precise de comida. Fale em alto e bom som para si mesmo: eu estou chateado (a), mas comer só me deixará pior e com culpa. Vou ler, caminhar, ouvir música, tomar um banho para relaxar e esquecer os problemas. Fale ALTO para você escutar de si mesmo sua próxima atitude.

Quinto passo: negocie com si mesmo.

Com certeza não é possível evitar TODAS as situações que nos levam a fazer escolhas não tão interessantes para nossa saúde. Quer um exemplo: se você tem amigos e amigas que AMAM comer fast-food, você terá que trocar de amigos para levar uma vida saudável? Creio que não. A escolha alimentar de cada um deve ser respeitada, acima de tudo. Por isso, tenha em mente de que não há NADA que você precisará abrir mão em sua vida. Momentos com família, amigos são muito especiais e devem ser valorizados. Não torne isso problema! Coma com equilíbrio e compense depois… Exagerou na festa de família porque a vó cozinha bem? Sem problemas! Que bom que aproveitou e comeu com alegria… No outro dia, tenha uma alimentação mais leve, faça seus exercícios e volte para a rotina que tudo permanecerá igual!

Porém acontece algo interessante com esse lance de vida saudável. Quando você incorpora a ideia real que isso representa, nem quer comer demais porque sabe que depois se sentirá pesado e com menos disposição. Você passa a fazer escolhas mais saudáveis de maneira natural e quando não há opções, come pouco, com prazer e sente-se saciado, sem a necessidade de comer até “passar mal”. Por isso digo que isso é um estilo de vida MESMO! Depois que você abraça não quer mais largar. Sentir-se bem e com disposição não tem preço!

Sexto passo: PERSISTA!

Como eu disse anteriormente, toda mudança é um processo. Exige esforço? Sim. Exige vontade? Sim, com toda certeza; Mas exige, principalmente, persistência. Seu corpo NÃO é uma máquina… Se fosse assim, não teríamos tantos “problemas” de saúde e emagrecer seria algo fácil, já que máquinas são totalmente previsíveis.

O organismo não responde de uma hora para outra e é exatamente isso que “atrapalha” muitas pessoas neste processo de mudança dos hábitos: o ser humano é imediatista. Quer resultado “para ontem” e não é assim que funciona. Se em uma semana a pessoa não sente os resultados, já desiste e volta aos hábitos antigos.

Não é assim que você alcançará o que deseja… E neste caso, não falo apenas sobre alimentação. Tudo na vida exige paciência e persistência. Desistir no primeiro obstáculo é uma atitude que te deixará mais “fraco” ou “fraca”, pois você começará a duvidar de si mesmo, da sua capacidade de concretizar algo na vida, o que vai afetar sua auto-confiança e consequentemente sua vida pessoal e até mesmo profissional.

Então, antes de começar qualquer coisa, mentalize que você está fazendo isso por você, seu bem-estar e saúde, não apenas para alcançar o corpo que deseja (uma consequência do processo).

Nada te atrapalhará ou fará você desistir, afinal você está fazendo isso para o SEU próprio bem. Quando chega um paciente que não seguiu nada do que passei esperando uma bronca, eu digo: aqui não dou bronca, não. Eu estou com saúde e no meu peso ideal… O único prejudicado é você mesmo; E é verdade ou não é?

Nada de desistir, o importante é PERSISTIR! 

Esse processo não é nada de outro mundo! Pelo contrário… Muitas pessoas que começam a perder peso se surpreendem com a “falta de sofrimento”. Quer dizer que você precisa sofrer para manter um peso adequado? Caramba! Se for assim, a vida será um eterno martírio, afinal precisamos comer para nos manter vivos, não é? Para ser um processo tranquilo, você precisa encontrar uma maneira de comer bem, de forma saudável e que agrade seu paladar. Quando você descobre coisas saborosas e saudáveis, começa a ver tudo de outra forma.

Vou dar um exemplo… Outro dia chegou uma menina muito linda e simpática em meu consultório. Ela estava muito triste porque queria emagrecer, mas não suportava a ideia de tomar suco verde e tapioca todas as manhãs. Ai perguntei: mas por que você está comendo isso todos os dias, se não gosta? Ela respondeu: “Ah, porque li que emagrece e que todas as famosas tomam!”. Será que para perder peso ela precisaria comer aquilo e começar o dia de um jeito tão infeliz? COM CERTEZA NÃO! A comida precisa agradar seu paladar para que tudo comece a fazer sentido para você…. Se não, comer realmente será uma tarefa difícil do seu dia.

Espero que esse texto te ajude a enxergar tudo isso de uma maneira mais simples e leve. Nós já temos muitos problemas na vida, não vamos criar mais um… PRINCIPALMENTE com sua alimentação, algo que você terá que lidar para sempre. Seja DONO (A) de sua vida, esteja no controle de sua mente, não se maltrate, se respeite… Faça por você, sem esperar nada em troca. O resultado virá e você ficará feliz com sua força, equilíbrio e superação. Ou seja, vai valer a pena! Estou com você.

Com amor e saúde,

Giovana Morbi