Ovo: afinal, ele é vilão ou mocinho?

Olá pessoal!

Hoje vamos falar de um superalimento: o ovo!

O ovo, por se tratar de um alimento completo, com 13 nutrientes essenciais. e preço acessível é mundialmente consumido. Possui proteínas de alto valor biológico (lembram quando expliquei isso? Um alimento possui proteínas de alto valor biológico quando apresenta todos os aminoácidos essenciais, ou seja, que não são produzidos em nosso organismo), minerais como ferro, fósforo, selênio, zinco e ácido fólico, vitaminas do complexo B, vitamina A, E e K, carotenoides, como a luteína e zeaxantina, que contribuem para a saúde dos olhos e colina, elemento importante no desenvolvimento cerebral. Tudo isso em apenas 70 calorias por unidade.

Apesar de tantos benefícios nutricionais, é comum as pessoas perguntarem: quantos ovos posso comer? Se tenho colesterol alto. posso comer ovo? Existe uma controvérsia em sua recomendação: consumi-lo ou não? Alguns profissionais da saúde são contra o consumo de ovos, enquanto outros defendem que você pode comer a vontade, sem oferecer risco algum a sua saúde. Afinal, quem está certo?

O ovo foi rotulado, por um período, como um “vilão” da alimentação, devido à quantidade de colesterol presente na gema: 225 mg/unidade. E por que essa quantidade seria ruim? Os guias dietéticos dos Estados Unidos e as Associação Americana do Coração recomendam uma ingestão diária de 300 mg/dia de colesterol, sendo que a maior parte dele é produzida pelo fígado e o dietético é encontrado em alimentos de origem animal. Ou seja, consumindo um ovo por dia, você provavelmente extrapolaria a recomendação diária de colesterol e se a pessoa tivesse o hábito de comer ovos todos os dias, isso provavelmente representaria um problema para saúde dela.

É importante salientar que doenças isquêmicas do coração não estão ligadas APENAS aos hábitos alimentares. Apesar da alimentação ser um dos fatores mais influentes no desenvolvimento de doenças cardiovasculares, o desgaste físico-psicológico, o sedentarismo, fumo, histórico familiar, diabetes, obesidade, hipertensão e o nível de estrógeno em mulheres também contribuem para o aparecimento dessas doenças.

Muitos estudos realizados no passado mostraram a relação entre o consumo de ovos e as doenças cardiovasculares. A maioria desses estudos mostrava uma relação direta entre o consumo de ovos em excesso e o aumento do colesterol sanguíneo. Atualmente, surgiram outros estudos que defendem o consumo regular e moderado de ovos, que seriam importantes fontes de proteínas, vitaminas e participariam da formação de alguns hormônios.

Segundo pesquisas recentes, a gema do ovo não é a maior responsável pelo aumento do colesterol no sangue, pois o colesterol encontrado especificamente no ovo parece ser metabolizado de uma forma benigna pelo organismo humano.

A cada dia são encontradas novas evidências… Se em um dia o ovo era o vilão, agora ele pode ser o mocinho. A questão é que nenhum alimento consumido de forma exagerada faz bem. Tudo em excesso é ruim! Portanto, vamos a recomendação: consumir de um a três ovos por semana não apresenta risco para doença arterial coronariana ou cardiopatia isquêmica. As respostas ao colesterol dietético variam amplamente de indivíduo para indivíduo (por isso o exame de genética que realizo ajuda tanto no tratamento! Ele me mostra se você tem propensão em desenvolver doenças crônicas e assim consigo montar um plano dietético que prevenirá o desenvolvimento dessas enfermidades). Cabe aos profissionais da saúde (nutricionistas e médicos), bem como aos pacientes e à população em geral avaliar seu histórico de vida e antecedentes familiares.

QUAIS OS BENEFÍCIOS DE CONSUMIR OVOS?

No tempo das cavernas, a justificativa era mais fácil: além de ser gostoso e nutritivo, era facilmente conservado. Hoje, as justificativas para o consumo de ovos vão mais além:

Controle de peso: as proteínas de alto valor biológico dos ovos promovem uma sensação de saciedade prolongada e mantém a energia do organismo.

Manutenção da força muscular e redução da perda de músculos: estudos indicam que proteínas de alto valor biológico aumentam a força e ajudam a prevenir a perda de massa muscular em pessoas idosas.

Gestação saudável: pela gema ser uma excelente fonte de colina, um nutriente essencial para o desenvolvimento do sistema nervoso central do feto e ser importante para prevenir anomalias fetais, o ovo é indicado para gestantes. Dois ovos oferecem cerca de 250 mg de colina, metade das necessidades diárias para uma mulher grávida ou que está amamentando.

Função cerebral: a colina melhora a função cerebral de adultos, mantendo a estrutura das membranas celulares. É um componente essencial para neurotransmissão, responsável pela circulação de mensagens do cérebro por meio dos nervos até os músculos.

Saúde dos olhos: a luteína e zeaxantina, dois carotenoides encontrados nos ovos, ajudam a prevenir a degeneração macular, causa principal da cegueira em idosos. Apesar de possuir uma quantidade pequena dos dois nutrientes, estudos mostram que a luteína dos ovos é mais biodisponível que a luteína de outros alimentos.

Pessoal, o valor nutritivo do ovo não se altera com o cozimento, certo? Isso porque suas proteínas, quando expostas ao calor, em vez de se dispersarem, se coagulam! Então fiquem tranquilos, porque seus nutrientes estão garantidos em sua omelete!

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Com amor e saúde,

Giovana Morbi

 

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