Dieta e DNA: como alimentar seus genes?

Olá pessoal!

Na sexta-feira foi ao ar uma entrevista minha no Jornal da Record a respeito do exame de genética que realizo em meu consultório. Recebi inúmeras mensagens de pessoas interessadas, por isso resolvi escrever essa matéria para esclarecer algumas dúvidas.

Vou começar o post com uma história para exemplificar a situação.

Como sua genética afeta o resultado de uma dieta?

Luiza e Mariana eram duas amigas inseparáveis. Tudo que uma fazia, a outra fazia igual. Quando chegaram na adolescência começaram a perceber que o peso já não era o mesmo e resolveram fazer uma dieta. Luiza havia lido na internet a respeito de uma dieta rica em proteínas, com poucos carboidratos e decidiu encarar o desafio de ficar sem os seus amados pãezinhos pela manhã. Mariana não poderia ficar de fora, afinal elas faziam TUDO juntas. Resolveu testar a dieta e dar aquele apoio moral para a amiga, afinal não seria fácil passar seus dias sem o chocolate.

No fim do mês Luiza se sentia péssima. Estava abatida, sem energia e também sentiu seu corpo um pouco mais flácido que de costume. Estranho…. Comi tanta proteína, pensou ela.

Já Mariana estava radiante, cheia de disposição, com o cérebro afiado e alguns quilos de gordura a menos. O que mudou de uma para outra?

Cada corpo, uma sentença

Desde que comecei a estudar Nutrição ficava intrigada com um fato, e como toda boa geminiana curiosa comecei a me perguntar: por que algumas pessoas comiam tanto e não engordavam ou desenvolviam doenças, enquanto outras sim. Por que algumas dietas funcionavam para algumas pessoas e para outras, não? Alguma coisa precisava me explicar isso! Não era possível haver apenas uma fórmula básica para toda a população.

Quando comecei a atender em consultório isso começou a ficar ainda mais claro para mim: há perfis diferentes de pessoas e cada uma tinha uma necessidade diferente. O que determinava isso? Sua genética ou o ambiente em que vivia?

A resposta: as duas coisas.

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Meu metabolismo, seu metabolismo

Se você acredita que sua genética é a explicação para seu excesso de peso e que não há o que fazer em relação a isso, tenho uma boa notícia. Sua genética não é uma sentença.

Você ter um gene associado com obesidade é uma coisa, mas saber se esse gene vai se expressar é outra. É como se você tivesse vários interruptores no corpo e escolhesse quais quer acender. Como escolher? Por meio dos seus hábitos de vida, principalmente sua alimentação.

É possível reprogramar o seu corpo, evitar doenças e acelerar a perda de peso se você souber como sua genética funciona.

Algumas pessoas processam melhor carboidratos, enquanto o organismo de outras prefere processar gorduras ou proteínas. Essa seria a explicação para cada pessoa responder melhor a um tipo de dieta.

 Ao saber disso fica mais fácil sugerir um plano alimentar específico e totalmente personalizado que com certeza dará resultado, se seguido, claro. Não adianta fazer o exame e não seguir as recomendações sugeridas. Para explicar mais sobre isso, usarei o caso do café.

O caso do café

A Nutrigenômica está começando a explicar vários mistérios desconcertastes que deixavam a nutrição como uma ciência sem credibilidade. Um número considerável de estudos mostra os benefícios do café na redução de doenças cardiovasculares, provavelmente como resultado de antioxidantes e compostos benéficos encontrados no grão.

Porém, outros estudos mostram que esse mesmo alimento pode ser ruim para o coração, o que deixou os cientistas coçando suas cabeças. A nutrigenômica tem a explicação: em pessoas com uma variante genética que faz com que o metabolismo da cafeína seja lento, o efeito estimulante da substância dura mais que o habitual, o que pode afetar negativamente o ritmo cardíaco e aumentar a pressão arterial, anulando qualquer outro benefício que a bebida pode prover. Já quem possui a variante genética que processa a cafeína rapidamente, pode desfrutar de tudo de bom que o alimento oferece.

É possível mudar minha genética?

Saber o que te faz bem e o que faz mal certamente afetará suas escolhas. Ao saber o que seu corpo processa melhor, verá de outra maneira suas escolhas alimentares. Dessa forma, você poderá silenciar genes relacionados a certas doenças e ao aumento de peso. Ou seja, ter o gene não significa que está fadado (a) a uma doença ou ao sobrepeso. Ao mudar a alimentação e seus hábitos, você poderá apagar o interruptor para coisas ruins e acender os bons, levando uma vida cheia de qualidade.

Vale a pena realizar o mapeamento genético?

Sim. É um exame que se realiza uma vez na vida, pois os genes que você possui não mudam. O que vai mudar é a forma como você lida com eles por meio dos seus hábitos.

Esse mapeamento mostra uma série de coisas: como você metaboliza (processa) cada nutriente – carboidratos, proteínas e gorduras – o que revela o melhor tipo de dieta para você; sensibilidades a certos componentes da alimentação – sódio, frutose, lactose, cafeína, glúten – sua predisposição a algumas doenças e a capacidade de desintoxicação do organismo (farei vídeo explicando melhor).

É um exame que ainda não é acessível a todas as pessoas pelo valor, mas espero que um dia seja! Apenas profissionais capacitados podem fazer o pedido e a devida interpretação dos resultados, para assim desenvolver um plano alimentar adequado ao paciente. Não é qualquer pessoa que sabe interpretar esses resultados, por isso certifique-se de que o profissional tenha mesmo essa capacitação.

Concluindo…

Sua genética não é uma sentença. Se você acha que porque sua família toda tem sobrepeso você também terá, esqueça. É possível reprogramar seu organismo e modular a resposta dos seus genes com sua alimentação.

Cada um reage aos alimentos de uma maneira, por esse motivo vivo batendo na tecla que não há alimento bom ou ruim, e sim corpo diferentes, com metabolismos diferentes. Respeite o seu!

Com amor e saúde,

Giovana Morbi

Para informações sobre consulta e mapeamento genético ligue em meu consultório: (11) 2769-1603 ou mande whatsapp para 98379-4255.

 

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